segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Anônimos do Futebol Mineiro

O que é necessário para um jogo profissonal de futebol acontecer? Para muitas pessoas bastam dois times, 22 jogadores, dois técnicos, dezenas de repórteres e alguns vendedores ambulantes. Mas o que muita gente não sabe é que para uma partida acontecer é necessário o trabalho de uma equipe, que fica “nos bastidores” e faz de tudo para que o espetáculo do futebol aconteça. Na arena do Jacaré alguns personagens, que estão sempre no anonimato, são peças fundamentais na logística do estádio.

Locutora da Administração de Estádios do Estado de Minas Gerais (Ademg) desde os 18 anos, a jornalista Pollyanna Andrade, é considerada a voz da "Ademg Informa". Começou em 1999, quando o então diretor da instituição resolveu inovar colocando uma voz feminina no estádio. Nesses quase 13 anos, Pollyanna acumula casos inusitados e histórias engraçacadas. "Certa vez, ligaram para a cabine da ADEMG e me pediram para anunciar para um torcedor presente no Mineirão que a mãe dele tinha morrido, que era pra ele ir embora. A pessoa queria de todo jeito que eu anunciasse isso no microfone do estádio! O que eu fiz foi pedir para o torcedor entrar em contato o seu pai". Como todo iniciante ela também cometeu algumas gafes no inicio de sua carreira. "Havia pouco tempo que eu trabalhava como locutora. O goleiro Fabiano, do América, havia levado um frango terrível. E chegou pra mim, uma solicitação de Utilidade Pública que dizia o seguinte: “Atenção, Fabiano, o seu amigo Frango o aguarda atrás do gol”. E eu, ingênua e, na época, inexperiente, falei! O estádio veio abaixo. Pude ouvir muitos risos", contou.A locutora ressaltou o prazer de exercer sua função e disse que, por diversas vezes, já foi reconhecida somente pela voz. "Acho graça e gosto muito desta identificação. Já aconteceu de ouvirem a minha voz num estabelecimento comercial e me identificarem como a locutora do Mineirão. É muito legal!"

Salvador de Freitas é funcionário da Ademg desde 1966. Começou trabalhando nas melhorias do estádio Mineirão, realizando pequenas obras e dando alguns retoques em muros, bilheterias etc, há 30 anos trabalha como maqueiro e desde 1980 é chefe de gandulas. “Não pode deixar o gandula “fazer cera” de jeito nenhum. A reposição de bola deve ser igual para todos”. Salvador conta da emoção de ver Pelé jogar e das conversas com Garrincha. “Vi Pelé jogar de perto, tive a chance de conversar com Garrincha, que era simples a ponto de tomar água no nosso filtro e contar histórias normalmente. Só tenho a agradecer por chances como essa”, disse.

Foi trabalhando como garçom em um restaurante que funcionava no Mineirão que Natalício da Costa, mais conhecido como Natal, começou sua historia com o futebol mineiro. Em 1980 foi contratado pela Ademg para ser motorista, e já em 1985 foi promovido a chefe de transportes. Por volta de 1996 iniciou a parceria com Salvador no carrinho de maca. “Agradeço a Deus por poder fazer o que faço e ter a chance de trabalhar aqui. Sou muito bem tratado por colegas da Ademg e pela imprensa, já que estamos sempre próximos, no mesmo ambiente”. Para Natal, um dos momentos mais marcante de sua carreira foi quando levou, no famoso carrinho, a cantora Beth Carvalho, na partida em que o Atlético retornou à elite do futebol brasileiro, com o Mineirão lotado. O maqueiro revelou também que um dos momentos mais difíceis foi quando o jogador Jorginho quebrou a perna. “No fim da decade de 80 a seleção brasileira estava hospedada na Toca da Raposa e foi treinar no Mineirão. Durante o treino o jogador quebrou a perna e tive que levá-lo de ambulância até a Toca, foi muito complicado”, disse.

domingo, 2 de outubro de 2011

A emoção de um ‘ao vivo’!

Ontem conclui um trabalho longo, grandioso e que me rendeu bastante experiência. O dia 1/10/11 foi realmente muito especial. Como citei no meu perfil, narrei o I Torneio Integração de Futebol de Campo da Polícia Civil. O campeonato reuniu mais de vinte times, de departamentos de BH e diversas cidades do estado. Ao todo, foram cerca de 40 jogos, todos eles aos sábados durante três meses, na Acadepol (Academia de Polícia Civil de Minas Gerais).


Narrar jogos sempre foi um sonho antigo. Desde pequeno brincava de narrar as partidas em Playstation e Xbox, nos simuladores de técnico, como o Football Manager, mas as brincadeiras estão bem longe da verdadeira narração. Tem que ser rápido, dinâmico, saber lidar com os erros e estar atento a cada lance do jogo. Narrar para a Rede Globo deve ser facílimo comparado a narração de um futebol amador.

Em novembro do ano passado narrei a final da Copa Metropolitana pela Federação Mineira de Futebol. Foi o primeiro contato. O convite para narrar o torneio da Polícia Civil veio e na mesma hora aceitei, ciente de todas as dificuldades: Você não conhece os atletas, portanto tem que decorar o nome no momento que lhe é passada a escalação, o futebol está longe do nível profissional, o gramado não colabora, não existia uma equipe além do narrador e do cinegrafista.

Para a Segunda Fase do torneio, convidei o Igor Moreira para comentar as partidas ao meu lado, dar mais “movimentação” e deixar os jogos mais interessantes. Porém a grande final foi um dos maiores desafios.

Logicamente evolui bastante desde o primeiro jogo até chegar a decisão. Basta assistir as primeiras partidas gravadas nos dvd’s até as últimas para ver como me soltei e encontrei o ritmo mais apropriado. Cheguei a criar um bordão para o momento do gol (o ‘fulano’, BRILHOU NA ACADEPOL), este fez com que os próprios jogadores brincassem comigo nos intervalos e nas resenhas pós-jogo.



A final: Fraudes x Homicídios!
Montamos uma equipe para fazer a cobertura do jogo, que foi feita em sistema de áudio aberto para os presentes. Igor Moreira deixou os comentários e ganhou a companhia de Victor Duarte. Ambos foram os repórteres do jogo, com uma transmissão no estilo da Rádio Itatiaia (Cada repórter acompanhando um dos times finalistas). Naquele momento o feedback era imediato. Microfones abertos e as palavras ditas não teriam como serem editadas.

A responsabilidade aumentou quando vimos a importância da final para os organizadores. Pódio profissional, banco de reservas estilizados com os brasões de cada departamento, flâmulas, medalhas e troféus desenvolvidos para a partida, placar e praticado montados para a narração, chuva de papel picado para a premiação, além do hino nacional executado pela banda do Corpo de Bombeiros de BH. O trio de arbitragem contava com o juiz Ricardo Marques Ribeiro, do quadro da FIFA.

Nas arquibancadas os diretores da Polícia Civil de Minas Gerais, além de familiares de atletas e torcedores que foram prestigiar o evento. Todos estes atentos a bola rolando no gramado e escutando o nosso trabalho. Nos minutos finais da partida, a equipe da TV Alterosa foi fazer a cobertura do jogo, ao vivo, para o programa “Bola na Área” (Clique aqui e veja as reportagens feitas durante a disputa de pênaltis). Pecamos em alguns momentos, algumas travadas e buracos na transmissão, mas o resultado final foi aprovado por todos. Recebemos diversos elogios e em breve colocaremos o vídeo editado com os melhores momentos para que vocês possam assistir e nos avaliar! E ah, Fraudes sagrou-se campeã nos pênaltis.



Aos colegas

O objetivo de disponibilizar este texto em nosso blog é dividir com vocês a importância da prática. Às vezes ficamos presos aos laboratórios, salas de aula e trabalhos rotineiros. Ter a oportunidade de fazer algo novo, sentir a emoção de um “ao vivo” colabora e muito no nosso aprendizado e formação. Foi sem dúvida o maior contato imediato que tivemos com o nosso público alvo, e que graças a Deus, fizemos com excelência.
Muito obrigado Victor Duarte e Igor Moreira pela compreensão, auxílio e por terem aceitado este desafio. Vocês brilharam na Acadepol!